A atriz americana Kelly McGillis completa 65 anos hoje e eu festejo ela com um sonoro VIVA A COROA. E você?
São vários os motivos que me fazem admirar a atriz que ressurgiu na minha vida com o lançamento de Top Gun: Maverick, o Top Gun 2. Na versão original ela interpretava Charlie Blackwood, o affair da personagem de Tom Cruise.
Fazia 35 anos que eu não a via, não ouvia sobre ela. E ela ressurgiu de uma maneira elegante, envelhecida e, na minha opinião, muito bonita. Não na tela do cinema, mas nas notícias, dizendo sentir-se apropriada para a idade dela e, portanto, inapropriada para as cenas de Hollywood.
Como 50+, digo que ela deu com “luva de pelica” na indústria — que aceita o envelhecimento dos homens, os que envelhecem de forma natural e também os muito bem retocados, mas não o das mulheres. Achei esse gesto de Kelly tão chique. Com seus cabelos grisalhos lindos, um rosto iluminado, um sorriso de quem venceu vícios e vive livre das amarras da indústria, ela fez uma crítica cirúrgica, sem estardalhaço desnecessário, mas também sem omissão.
O resto da mensagem etarista o filme trouxe com os atores homens da versão original praticamente idênticos em cena. Uma coisa até meio estranha. Tom Cruise arrancou suspiros com a aparência jovial (nada contra!) 35 anos depois — mas também virou motivo de chacota e paródia. Teve post sucesso aqui com a piada (link no stories).
A dedicação cega ao “jovem para sempre” é assustadora, não acha? Envelhecer bem é uma coisa, mas não envelhecer é irreal. Não é fácil envelhecer, vivo diariamente esse paradoxo. Mas não aceitar as mudanças que a passagem do tempo geram é um pouco hilário, não? Afinal, quem não envelhece? O que você acha?
Eu digo que Kelly não chegou à velhice como uma caricatura de sua versão anterior, o que, segundo Simone Beauvoir é um grande trunfo. Eu vou com Simone, e você ?
E para Kelly, que hoje completa 65 anos, fica meu Viva a Coroa e meu agradecimento por me fazer refletir e me sentir bem e autêntica na minha pele. Obrigada, Kelly, por usar seus atalhos para levar a representatividade etária ao mundo. Foi muito efetivo por aqui. Viva seus 65 anos! Viva, coroa!