Vou te contar um segredo: eu não amo ela, a Brooke Shields, como atriz. E você? Gosto dela em comédias, mas assim, nada demais. No entanto, admiro muito ela como pessoa. E você?
Gosto tanto do papel social da atriz que até escrevi uma coluna sobre ela e suas novidades para o site da @voguebrasil — CLIQUE AQUI para ler.
Eu entendo que Brooke Shields é uma coroa valente e que está do lado de todas nós. E cada vez que a ouço — ou que sei de um projeto dela — fico mais convencida disso. Em novo documentário, “Pretty Baby”, a atriz questiona a normalização da erotização infantil por meio da própria trajetória e faz lembrar quando quebrou o tabu da depressão pós parto, mais de 15 anos atrás, por meio de um livro.
Por que cutucar essas feridas na frente de todo mundo? Ela não está só cutucando, está levantando o curativo para que todos vejam o que precisa de cuidado e cura. No caso de Pretty Baby as feridas são: erotização infantil, a redução do valor da mulher à uma aparência dentro de um padrão, a ideia de que o desejo masculino define o valor de uma mulher. É bem interessante. Especialmente para quem cresceu com essas ideias completamente tortas como referencial e exibidas no cinema, nas revistas, TV, na literatura e na vida como ela é.
Tudo isso está na primeira parte do documentário — que mostra os atuais 50+ da atriz. Fica claro que a idade fez muito bem a Brooke Shields. E a minha afirmação não tem a ver com estética, embora ela seja linda. Se aos 40 anos Brooke escreveu o livro “Depois Do Parto, A Dor”, aos 50+ nos faz refletir sobre como chegamos até aqui e nos chama para usar (cada vez mais) a nossa própria voz.
Viva a Brooke! Viva a coroa!