Leia a legenda ✨ vale cada linha. Eu deixo o meu viva para ela. E você?
. . . repost via @vinibuhler
Amanhã o Dia das Mães vai ser diferente. Eu não consegui ir pra Montenegro ainda e não consegui abraçar a minha mãe, nem a minha família que também foi atingida pelas cheias. Contudo, esse abraço chegou pelo grupo da família em forma de vídeo.
Essa é a Rivana, minha tia. De longe a mais excêntrica e espirituosa das montenegrinas. Todo mundo ama a Rivana.
Esse vídeo mostra a tia Rivana voltando da primeira limpeza que fez em sua casa depois que a água baixou. Não foi a primeira vez que ela voltou depois de uma enchente, mas foi a pior das vezes. O impacto de abrir a porta de casa depois de uma cheia é muito forte - e ela passou por isso três vezes em um ano. Ainda assim, fez o caminho sorrindo e cantando um samba-enredo. O da Mangueira de 1994. O carro alegórico era um trator, cheio de amigos que ajudaram na limpeza. Não poderia ser mais a cara da Rivana.
Não tem chuva que pare essa mulher. Não tem dor que a alegria dela não alivie.
E alívio é tudo que precisamos nesses dias. Mas como conseguir isso em um cenário que só parece piorar? Esse também é um dos grandes desafios em meio a tragédia: encontrar o que nos alivia a dor.
O alento pode vir da inspiração que nos trazem os voluntários nos abrigos; da força inabalável de quem trabalha nos resgates; da união dos mutirões de limpeza; das grandes ou pequenas doações, sejam elas de mantimentos e roupas ou mesmo de atenção e escuta; o alívio pode vir da fé, da esperança, do otimismo, da família...
Há dor em todo lugar, é verdade, mas há alento também.
Boa parte do meu eu encontrei no vídeo da tia Rivana.
E essa alegria toda dela não quer dizer que não está doendo ou que a tristeza passou longe. Muito pelo contrário. Dói sim, dói muito e dói em todo mundo. Acontece que a Rivana sabe - e muito bem - que o alívio para a dor dela é o samba, o carnaval, a amizade e que a alegria que só ela tem água nenhuma leva.
Obrigado, tia! ❤️