Eu te conto: a eu de 2022 olha para a eu de 1988 (talvez 1987) e a acha bonita.
Nos anos 80 e 90, embora preenchesse os terríveis padrões estéticos, ainda encontrava um monte de defeitos no que via de mim em fotos e no espelho. Na segunda metade da década de 70 eu colocava defeito inclusive no dedão do pé, e nesse caso não é força de expressão. Achava o meu dedão do pé muito batatudo.
Hoje quando tiro fotos e vejo pontos que me desagradam (quem não?) repito a foto com uma luz mais adequada e sei que é o melhor possível, e está ótimo. No passado, lembro que quando me deparava com fotos de anos anteriores, quase não as tolerava. Era super crítica, me colocava defeitos. Uma chata.
Eu gosto mais da minha versão atual, não só por isso, mas também porque ela vem junto com dois filhos que amo demais, vem acompanhada de fracassos e vitórias, de nascimentos, de lutos, de amor e humor, de um parceiro que amo, e, importante: de muitos planos para o futuro.
Aliás, o que essas fotos têm em comum, além da minha imagem, é isso: planos futuros.
O passado é importante, mas já foi e não pode ser modificado. O futuro sim, pode ser escrito por nós, a cada escolha. E não agir também é uma escolha.
Com o crescimento da expectativa de vida, os 50 são a infância da terceira idade. Sabendo disso, e de que as escolhas de hoje são muito importantes para que eu viva uma boa velhice, me peguei pensando como serão as fotos das próximas décadas…tem aplicativo para conferir a imagem, mas não o conteúdo…
E você, como se sente quando vê suas fotos do passado? E como se sente sobre as suas fotos de hoje? Me conta?