No avião ouço a conversa entre duas mulheres sentadas em poltronas próximas. Uma está com um bebê de colo, a outra pergunta à ela sobre seus hábitos para recuperar a forma física.
Começa, então, o relato. A saber, ela engordou pouco, só 10kg, continuou a praticar suas “corridas” durante a gravidez, quando saiu do hospital, faltavam somente 2kgs para perder, ela os queimou em menos de um mês.
Trocaram receitas, dicas e mais dicas. Todas muito boas! Comecei a sentir um desconforto, uma certa raiva! Pensei “Caramba, que chato isso: elas são perfeitas! Que saco!”. A culpa veio quase instantaneamente.
Então, parei e me dei conta de como estava sendo idiota. Ri de mim.
Para cortar o flow, peguei a revista Gol (onde sempre encontro matérias muito interessantes, querido @califasarli) e li uma resenha bem positiva do livro de Gisele Bündchen. Ou seja, na tentativa de driblar minha raiva com a perfeição das moças do voo, eu cai na perfeição inquestionável.
Percebi o quanto pode ser árduo ser um “exemplo de mulher, mãe, esposa, beleza, profissional, etc” e ser uma figura pública. Em seguida, pensei na coragem de Gisele em se expor… e a coragem, entre tantos outros predicados admiráveis dela, se tornou o que mais admiro. Dela e de todas que abrem sua intimidade na intenção de inspirar (e não de revoltar, rs) outras mulheres a colocarem seu potencial no mundo.
Tive um “plim” sobre a conexão desses meus dois momentos tão próximos (raiva/revolta e motivação/inspiração)… é surpreendente como a nossa mente precisa de pouco para nos trair. Desde então, não reprimo revolta/raiva. Deixo vir, sinto, avalio e deixo ir. Só guardo a parte boa. Bem ao estilo “ohm”, que Gisele nos ensina e pratica na vida.
E pensar que Gisele ainda nem entrou para os ENTA e despertou nesta coroa a vontade de saber e sentir mais, colocar mais coragem no mundo, ficar ligada no mindset. E as moças do voo idem. Eram mesmo bacanas. Vale até um #gratidão à virtude da raiva.