Já vai tempo que eu quero compartilhar sobre essa edição especial da New York magazine. A frase “ouvindo os bem mais velhos”, sobre o close de um rosto tranquilamente envelhecido, me ganhou, assim como a palavra Gerontocracia (democracia geriátrica, em tradução livre) que está logo no título da matéria, do jornalista Mark Harris, 56 anos, 5 deles dedicados à uma pesquisa, guiada pela escuta de pessoas com idades entre 80 e 100+ anos.
São pessoas “antigas e muito antigas”, “nobres yodas”, segundo o jornalista, “(…) que tiveram dez, 15 e até 20 anos para dominar a velhice”. Eu completo: esses nobres yodas são as mães e os pais de muitas de nós, 50+, ou, "somos nós, apenas com mais vida, mais rugas, mais história, mais dores nas articulações, mais conhecimento”.
Nobres yodas. Amei o apelido carinhoso, que faz alusão ao personagem mais querido da saga “Guerra Nas Estelas”. Gerontocracia. Há termo mais adequado? O autor explica: “são cidadãos do mundo em pleno funcionamento, ansiosos e engajados”. Eu os reconheço e admiro e você?
Também gostei muito de um charme que um dos entrevistados fez para amenizar a frustração própria e alheia com os apagões de memória — que já aparecem aqui nos meus 50+.
“Às vezes, se eu olhar para cima e esperar alguns minutos, a palavra que estou procurando na minha cabeça flutuará do céu e pousará na minha frente como se fosse uma folha caindo de uma árvore”. Achei legal, mas não rolou por aqui. Talvez eu tenha que praticar mais rsrs. O que você acha?
Outro momento bacana vem de uma senhora na pré entrevista: “devo avisar que as únicas coisas que consigo me lembrar são as que não vou lhe contar". Essa eu adorei! O humor e amor sempre salvam.
Para encerrar, faço coro ao desejo do autor que diz que “com muita sorte” experimentaremos a vida das pessoas muito antigas. Como disse o Osvaldo Montenegro em um vídeo que postei aqui no Viva “se puder, envelheça”. Eu quero muito ser uma nobre yoda. E você?