Deu no NEW YORK TIMES: Naomi Replansky, 101, e sua esposa, Eva Kollisch, 95, são sucesso e inspiração!
Diz que ouviam o álbum "Spirituals", de Marian Anderson, em um toca discos, no momento da foto, no apartamento delas, em Manhattan.
“O confinamento não me incomoda", disse Naomi. A foto não nega.
Não é simples compreender a ferocidade e a regularidade com que a vida dessas duas mulheres foi revirada de cabeça para baixo.
Elas viveram pestes e conflitos sobre os quais muitas de nós só soubemos pelos livros e filmes, ou pela memória de nossos ancestrais.
Aos 101 anos, Naomi Replansky, poeta e ativista trabalhista, chegou ao mundo junto com o início da gripe espanhola. Eva fugiu do nazismo, judia na Áustria, separou-se dos pais e dos irmãos ainda criança, sentiu solidão e deu a volta por cima.
Naomi e Eva se conheceram nos anos 1980, já coroas. Tinham desempenhado funções profissionais diversas, já tinham enfrentado (e vencido) um tanto e conquistado diplomas universitários.
Eva tinha dois ex-maridos e um affair com Susan Sontag. Se uniu e está até hoje com uma das primeiras programadoras de computadores, que teve sua coleção 1 de poesias, em 1952, indicada ao National Book Award.
As duas tinham coragem, amor, olhares esperançosos para a vida. As duas têm as mesmas qualidades potencializadas pelo tempo.
Ao longo de suas vidas, Naomi e Eva exibiram uma espécie de destemor. Sexismo e homofobia também fizeram intromissões inevitáveis na vida delas. O amor venceu, elas venceram, vencem!
Até o surgimento do coronavírus, saíam para caminhadas, para o centro de meditação budista, para feira local e gostavam de ir ao Effy's, vegetariano do bairro.
Como poeta, Naomi descreve o momento com “Ring Song", e diz ter a sensação de que a felicidade é, em última análise, um reflexo humano tanto quanto uma aspiração:
Eu acendo um fogo contra o frio.
Quando o frio não destrói
Eu pulo com alegria na emboscada.
Achei bonito e inspirador. E você? Se tiver uma história bonita para contar, compartilhe nos comentários.
Baseado na reportagem da jornalista Ginia Bellafante | M-Elizabeth Gifford