O nosso olhar para o outro — que começa sempre em nós e sobre nós — também á capaz de verdadeiras e boas revoluções.
Estou nesse astral depois de assistir "Arthur Miller: Escritor", da HBO e disponível na HBO Max e Apple, uma cinebiografia de Arthur Miller (1915-2005), um dos maiores autores dos Estados Unidos e do mundo.
O filme mostra o criador em ebulição por meio de muitas entrevistas concedidas por ele, vencedor de Pulitzer e Tony, e com livros traduzidos para o mundo todo.
A produção é de Rebecca, filha Miller com a fotógrafa Igne Morath, com quem foi casado até a morte dela, por 40 anos. Morath foi uma sobrevivente da segunda guerra e nome de destaque no portifólio da agência Magnum. Era uma mulher independente já nos anos 60. Eles se conheceram quando ele filmava “Desajustados”, e ela cobria os bastidores como fotógrafa. O filme tinha Marilyn Monroe como protagonista.
Miller foi o terceiro e último marido de Marilyn. Ela foi sua segunda esposa. Ficaram casados por 4 anos e Marilyn sofreu um aborto espontâneo do filho que esperava dele.
Os dois se conheceram na filmagem de "Sempre Jovem", em 1951. Ele era casado, tinha dois filhos, já tinha o Pulitzer e o Tony, pelo livro e peça “A Morte de um caxeiro viajante” (1949), e como quase todo intelectual da época, era caçado pelo marcatismo.
⠀
Rebecca olha a história do pai com amor. Aborda a dificuldade que ele teve em lidar com Daniel, filho dele, irmão dela, e autista, e como recebeu as críticas pela peça "Depois da Queda”, dirigida pelo grande amigo e diretor Elia Kazan.
⠀
A peça era narrada por um homem de meia idade, que refletia sobre seus 3 casamentos, um deles com uma mulher suicida. Deu ruim na época. Mas a genialidade de Miller se sobressaiu a esse momento autobiográfico de, digamos, péssimo tom.
⠀
Erros fazem parte de qualquer trajetória honesta, e têm o tamanho de seus estragos. O amor é imensurável. E olhar a vida com amor pode mudar toda uma vida, sempre, não é?