Amo moda no mesmo tanto que amo justiça e liberdade. E ver a moda libertando as mulheres de alguns (não todos) padrões que ela mesmo inventou é justíssimo. O desfile da Maison Valentino, ontem, em Paris, colabora para esse bom movimento — e tem muito a ver com você: levou modelos 50+ para a passarela.
Há poucos anos modelos 50+ não existiam para a moda. Basta dizer que Gisele Bundchen se aposentou aos 34 anos para entender como o mercado enxerga(va) a idade.
Se há alguns anos modelos mais velhas não mereciam nem espaço, há dois a história começou a mudar e nós, coroas, ganhamos destaque. Saímos do breu para a luz. Ao ponto de mulheres 50+ serem consideradas tendência.
O desfile de ontem confirma que a modelo cinquentona ou 60+ não é mais tendência, veio para ficar. No ano passado fiz um vídeo falando sobre o tema e vou colocar o link no stories caso queira conferir.
Escrevo tudo isso para celebrar essa conquista!
Vivemos o início da naturalização do que é natural, o envelhecer. Parece absurdo e é. Mas tem um lado maravilhoso: estamos nesse movimento e com muito sucesso!
Não vejo a hora da presença de modelos de diferentes idades, belezas, cores, deixar de ser notícia e post. Porque só o extraordinário, o que é diferentão, ganha essa atenção e envelhecer é comum, natural, repito — e pode ser muito, mas muito feliz. Essa é a ideia por aqui.
#Repost @voguebrasil
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@pppiccioli, diretor criativo da @maisonvalentino, imaginou a coleção de alta-costura apresentada hoje (“Anatomy of Couture”) não em uma modelo única, mas em uma variedade de mulheres. A mensagem não muda em seu propósito: transmitir beleza, mas na expressão de acolhimento. O corpo é o ponto inicial e final de todo o processo, com silhuetas que o seguem de perto ou se separam dele, e porções de pele à mostra em comprimentos mini, decotes e recortes. Exímio colorista, Pierpaolo continua se destacando com a cartela de cores, que inclui tons de rosa, verde e neutros como só ele sabe fazer. (Vídeo: @voguefrance)