Você lembra ou sabe qual foi a sua primeira foto? A minha foi essa, no colo da minha mãe, quando eu tinha meses. E a minha estreia não poderia ser melhor e mais bem acompanhada.
Eu estreei como filha e ela como mãe no mesmo dia: 04 de janeiro de 1966. E, desde então, estamos nos aperfeiçoando, acertando e errando em nossos papéis. Eu e ela vivemos uma história, mais ou menos como a que o bonito Rodrigo Santoro conta no vídeo acima — e esse, aliás, é meu presente para todas nós.
Digo que nossa história é mais ou menos como a narrada pelo ator porque no nosso enredo tem perrengue, tem amor e ajuda, tem conflito também… ou seja é uma relação saudável, verdadeira, real, bonita, segura e na maioria das vezes feliz.
Minha mãe — e eu — tivemos suporte e apoio para sermos as mães que somos.
Por que escrever sobre isso hoje? Para agradecer e também para chamar atenção para a realidade nada romântica da maternidade no Brasil.
Segundo uma pesquisa do DATAFOLHA (que ouviu mulheres acima de 16 anos em 126 cidades, em 1.042 entrevistas e com margem de erro de três pontos percentuais) 7 em cada 10 mulheres (com mais de 16 anos) são mães no Brasil; e mais da metade é mãe solo. Sem pai presente, companheiro, companheira…
Se são guerreiras? É realmente admirável e inspirador ver o sucesso de mulheres no front. Mas “INCANSÁVEL”, “GUERREIRA”, “BATALHADORA” não são adjetivos qualitativos, mas condições para essas mulheres.
É importante tomar cuidado com a supervalorização do super esforço, da falta de qualidade de vida. E pode ser interessante se “voluntariar” como parte da rede de apoio para mulheres e mães do seu perímetro. Para que elas não sejam guerreiras ou batalhadoras, mas mulheres e mães, com qualidade de vida e relações de qualidade com seus filhos. Para que todos os dias possam estar cada vez mais próximos de um verdadeiro “feliz dia das mães”.
Via @rodrigosantoro
Texto do vídeo Bruna Estrela