A escritora brasileira Carolina Maria de Jesus (1914- 1977) está em expo no IMS SP.
Internacionalmente conhecida pelo livro best seller "Quarto de despejo", que nos anos 60 foi traduzido prontamente em 13 línguas (hoje está publicado em mais de 46 idiomas), a autora merece ser reverenciada, lembrada e homenageada.
E assim faz o IMS em uma mostra que destaca não só a obra literária (há até manuscrito inédito) e matérias, mas também outros lados de CMJ, como o lado mãe, cantora (tem disco de samba dos bons), artista de circo (pois é!), que adorava se enfeitar, criar os próprios adereços e sorrir.
Para desenvolver a exposição, o Instituto criou um conselho com 12 mulheres negras — e elas observaram que muitas vezes a artista era retratada como “subalterna" ou em fotos com o olhar baixo, enquanto era uma mulher sorridente, enfeitada, empoderada, como se diz hoje em dia. E esse astral está na exposição.
Era fã de samba e valsas venezianas, CMJ foi uma baita mulher! Foi catadora de papel — e dizia que gostava de catar sonhos — moradora da favela do Canindé, depois do bairro de Santana, em um sítio em Parelheiros, São Paulo, que conquistou um lugar de fala mundial, que tinha voz ativa, a partir de seu diário.
Carolina Maria de Jesus escreveu outros livros, como “A Casa De Alvenaria”, mas caiu no ostracismo. Por volta dos anos 2000, “A Casa De Despejo”, foi reeditado e a bela história e arte de CMJ resgatada — para a sorte da nossa cultura. A @companhiadasletras relançou algumas obras esse ano. E tem o livro de Tom Farias, “Carolina, uma biografia”, pela editora Malê.
IMS, me aguarde! E você, vem?