Eu estava em uma das mesas do café que aparece ao fundo da foto. Ela estava em outra. Notei que pediu um café e o saboreou enquanto lia o jornal. Leu todos cadernos, com calma e elegância. Estávamos em Paris, eu, ela, este café, o jornal... Dizem que as francesas sabem muito bem valorizar a passagem do tempo, a maturidade. E envelhecem com classe. Tem até livros publicados sobre o assunto. Eu pensei nisso enquanto a observava. Pensei em como vivo a minha maturidade. Prestei atenção no lenço que adorei, no estilo, nas cores, mas principalmente na maneira como ela, ali, vivia o presente, sem ansiedade.
Lá pelas tantas não me aguentei e puxei conversa. Perguntei seu nome, “Diodice”. Disse o meu. O papo aconteceu. Contei que a observava, que a achei naturalmente elegante. Não contei que eu me auto observo e observo o meu amadurecimento. Ainda assim ela pareceu meio assustada…rs, mas sorriu e foi muito simpática. Mostrei o @vivaacoroa, contei um pouco. Ela gostou, definiu como “cool”. Achei interessante.
Diodice contou que tem 71 anos, que é aposentada, nascida no interior da França (as origens, sempre mais fortes com o passar do tempo) e que morava em Paris desde muito jovem. Pedi para fazer a foto, ela consentiu, feliz. Quis saber qual era o sonho dela. Ela estranhou, mas respondeu, “só quero manter a liberdade que conquistei”. Só? Pensei, eu. Curioso usar o “só” para algo tão grandioso e precioso. Pensei nos meus sonhos. O projeto Viva a Coroa é um deles. E quero saber dos seus. Me conta de você?