Especialista atesta que conquistas são mais possíveis quando normalizamos e assumimos que somos capazes de tudo, em qualquer idade
Dia desses, no @vivaacoroa, fiz um repost de uma novinha, a Sarah Brito. Era uma mensagem sobre normalizar conquistas, descobertas e amores depois dos 20 anos, para assim, tornar esses momentos mais próximos da realidade de todas e tirar a ideia de que essas vitórias são extraordinárias, para poucas. A repercussão foi ótima entre as mulheres 50+. E eu fiquei pensando qual o motivo e o risco de considerarmos conquistas 50+ tão extraordinárias?
Como não tenho resposta para tudo (ufa!) — e cada vez mais gosto dessa certeza e de ouvir para somar conhecimento, fui ouvir Ana Raia, especialista em desenvolvimento pessoal sobre o assunto. “Indiferente a idade, colocar metas no impossível ou no pedestal, é praticar a auto-sabotagem ainda no momento do desejo ou do sonho”, ela diz. Ou seja, considerar como uma proeza a realização de uma conquista na maturidade pode ser roubada.
"Por isso é importante normalizar, trazer para perto, para o que é possível. Todas nós, em todas as idades, podemos e devemos nos reinventar, aprender, reaprender, conquistar. Contudo, existe essa ideia de que temos prazo de validade e etário para tudo", diz Ana. “É preciso se libertar de mais essa crença, de mais esse modelo mental, de mais essa carapuça. Esse é o primeiro passo.
O segundo é entender que no caminho existirão várias pequenas vitórias, que devem ser celebradas, e derrotas que devem ser compreendidas. O caminho até a realização é de imensa importância. E digo mais: pode até ser mais interessante que o objetivo final ou, então, mudar, transformar esse objetivo”, completa Ana Raia. E eu reitero normalizar é completamente diferente de minimizar, que fique claro.
Raia diz que “todas nós merecemos e podemos ter abundância, descobertas e realização, aos 20 ou aos 80 anos”. Sonhar e trilhar o caminho para o sonho é Sem Idade mesmo. Contudo, a cada vez que uma conquista ou realização 50 + é exaltada como um grandíssimo feito, vem junto a ideia do “UAU" que pode amedrontar ao invés de inspirar.
Eu me lembro quando nós, 50 +, começamos a ter sucesso profissional. Lembro dos ares espetaculares que dávamos às primeiras empreendedoras e executivas. Era algo para se admirar, para inspirar, mas veja, era para poucas. Também me recordo dos primeiros casamentos entre amigos com 40+, eram tão raros, dos primeiros amigos e amigas homoafetivos, das primeiras amigas que decidiram ser mães entre 40 e mais de 50 anos, das primeiras mães de amigas que se reuniam e viajavam o mundo sozinhas.
Veja só: senhoras 50+ sozinhas pelo mundo. Era algo fascinante e corajoso, transgressor. Tudo isso era inspirador, considerado UAU até que foi se normalizando (e os feitos nunca minimizados) e ficaram mais próximo da realidade e das possibilidades. E acho que essa é a ideia: normalizar para não só inspirar como motivar a realização de tudo na idade que for.
Eu, por exemplo, sempre olhava para mulheres superpoderosas que tinham se reinventado profissionalmente depois dos 50. Quando fazia a relação com a minha realidade, me sentia muito distante de algo parecido. Então, comecei a olhar mais ao redor, a ampliar meu círculo de relacionametos até entender que era possível para mim também. Deu no Viva A Coroa, uma nova ideia, um novo projeto profissional.
No Viva A Coroa eu tento cada vez mais mostrar que todas podemos tudo. Às vezes uso exemplos espetaculares, como Maye Musk, que virou modelo e autora depois dos 60 anos, Jane Fonda, que descobriu um novo propósito aos 80+. São mulheres e enredos importantes como representatividade, é claro. Mas, mais uma vez, são distantes.
Vamos aproximar? Olhar ao redor, dividir histórias e conquistas para normalizar a felicidade e conquistas 50 +?
Deixo aqui o meu convite: conte a sua história e inspire mulheres como você, admiráveis e vida como ela é. Assim podemos multiplicar realizações de sonhos. Para encerrar, trago Ana Raia mais uma vez: “Você não tem a menor obrigação de ser quem você era. Mas tem que ter o compromisso de viver como você é, agora, no presente”. Topa?
A frase da Ana Raia matou!👏👏👏