Você já deve ter percebido meu "pé atrás" com o uso sem freio do termo “ageless”, que, traduzido, significa sem idade. É que acredito na importância de reconhecermos a nossa história e o nosso tempo, com orgulho do que somos. Só que conferindo as passarelas da Semana de Moda de Nova York, repensei (eis um exercício crucial) e conclui que o termo se encaixa muito bem na moda. A moda é ageless e, nesta temporada, rica em reinterpretações de clássicos, logo atemporal.
A alfaiataria tá aí como prova. E também me lembrou da liberdade de gêneros, existente na moda desde que Coco Chanel, vestiu suas calças. Não existe meia liberdade, e se há um mercado livre (incluindo dos terríveis preconceitos) é o da moda. Talvez por isso desperte paixões, né? Falo da roupa e não dos padrões da moda, outro assunto, bem diferente…
Na galeria, mostro looks com a alfaiataria da vez, com calças mais soltas, para movimentos amplos, mas com a cintura marcada, com paletós secos e também com cintura marcada. Os tecidos “mais noite” têm ou brilho (cetim, veludo) ou estampas ..."ageless", caso do bom e velho xadrez. Tem uma sensualidade discreta, um resgate da elegância.
Elegância, como ouvir dizer, certa vez, é state of mind, ou seja, uma ideologia na prática, filosofia real, não só uma roupa. Mais elegante do que se vestir bem, é se vestir com o bem, com responsabilidade. Mais ainda: nós, 40+, já passamos por tantas tendências que, certamente temos peças "da vez" no armário. E, assim, podemos exercer a moda consciente, aquela necessária, sem exageros consumistas. Eu disse exageros…nada contra shops. Ontem mesmo fiz umas comprinhas, sem culpa e com prazer.
Faz tempo que a moda é global. Encontramos agora nas marcas brasileiras o que se desfila no exterior, mesmo com as marcas estrangeiras uma estação à frente, segundo o calendário do setor. Logo mais conto sobre outras duas tendências integralmente elegantes e, sim, ageless.