Você pode gostar mais ou menos de Oprah depois que ela apoiou Harry e Meghan. Contudo, é unânime que @oprah é uma mulher admirável — e presente na cultura de massa do mundo. Era anos 80 quando ela criou um estilo de se comunicar, chamado pela mídia americana de “ophranization”. E esse estilo gera empatia, toca o coração de muitas pessoas, tem vulnerabilidades e deixa claro que mudar o mundo começa no olhar para dentro. Oprah foi das primeiras a falar sobre empoderamento feminino, e simplesmente porque ela é o poder feminino e negro.
Além do que conto no vídeo acima, tem mais. Oprah foi mãe de um menino natimorto, fruto de uma violência sexual que sofreu aos 14 anos. Guardou a história por décadas. E só a revelou depois que parentes contaram sobre a tragédia para imprensa. Falou sobre o assunto ao vivo e trouxe atenção para violência doméstica, violência sexual, criou campanhas, e acredito que no mínimo, ajudou vidas. Obviamente, Oprah acerta muito, acertou muito e erra muito, errou muito.
Ela caiu na lábia, por exemplo, de João De Deus, desses personagens da vida real que ilustram os riscos de tudo que é demais (para um lado ou para outro). Quando a verdade veio à tona, tirou a entrevista do ar e pediu por justiça.
Muitos casos cercam ela. Um deles, não sei se é verdade, conta que quando era aluna do pré-primário, Oprah escreveu uma carta para sua professora, agradecendo o acolhimento e revelando que aquela brincadeira com letras pareciam bobas para ela. Resultado: foi encaminhada para a série seguinte.
Li que Oprah morava em uma ilha até o final de 2021. E que, obviamente, para chegar ali, fazia uma travessia em um barquinho. Travessia é uma palavra forte e bonita e uma ação necessária. Lembrei do verso “Nenhum homem é uma ilha” e do conto de Saramago “A ilha desconhecida”, da frase que ficou famosa e diz "É necessário sair da ilha para ver a ilha”. Oprah já foi uma ilha (talvez porque era preciso se desconectar) e já saiu da ilha (já se entendeu). Mas é surpreendente e logo nos dará mais. Completa 69 anos hoje . E tem o meu viva. E o seu?