Eu não sei em que contexto Gina Lollobrigida disse a frase acima. Mas sei que há controvérsias. E sei que ela, aos 40 anos, estava mesmo fervendo. Foi nessa época da vida que ela resolveu que encerraria a carreira como atriz para se dedicar ao fotojornalismo e às esculturas. Era anos 70, ela já tinha deixado sua marca na história do cinema, aos 43 anos.
O termo “reinvenção” talvez ainda nem existisse, mas Gina já o colocava em prática.
Em sua trajetória como fotógrafa, registrou Paul Newman, Salvador Dalí, Audrey Hepburn, Ella Fitzgerald e mais. Lançou o livro, “Itália Mia”. E foi convidada a expôr suas esculturas em muitas galerias. Era ativista social. Defensora dos direitos humanos e LGBTQIA+
Flertou com a política, tentou seu cargo na Itália, não foi eleita. Homens mais novos se transformaram em uma predileção de Gina Lollobrigida 60+. Deu certo e deu errado, muito errado, com histórias que parecem ficção e pastelão, como a do rapaz que diz ter casado com ela, enquanto tinha casado com uma sósia de Gina.
Se é verdade? Não apurei. Sempre apuro informação, checo mil vezes em diferentes fontes. Dessa vez, não. Porque não é um garoto que vai mudar a história e o legado de Gina. Também não fui atrás de confirmar a veracidade de que Gina tinha uma fortuna, que contra a vontade dela, foi deixada para um filho com quem ela travava batalhas na corte. O legado dela que me interessa não é esse.
Gosto dos filmes, da coragem, da intensidade. Gosto de saber que ela se tornou conhecida depois de ter ficado em terceiro lugar em um concurso Miss Itália, o de 1947. Quem venceu o concurso? Não sei. Mas sei quem, entre as concorrentes, venceu na vida e a viveu intensamente, errando, acertando, caindo e levantando. E foi Gina Lollobrigida, que nos deixa hoje, aos 95 anos. Ela costumava dizer que,
“Todos nascemos para morrer. A diferença (entre nós) está na escolha da intensidade que escolhemos viver”.
Gina caprichou na intensidade. Não acha?