Em entrevista ao The Times, a atriz Courteney Cox disse que considerou postar as imagens e os dizeres acima no Instagram dela para falar sobre do arrependimento de ter perseguido a aparência jovem por meio de procedimentos estéticos invasivos.
"E assim foi por anos. Eu demorei para perceber que meu rosto estava ficando muito estranho com as injeções e procedimentos (…) até que chegou um momento em que pensei: tenho que parar! Isso virou uma loucura”, disse ela ao jornal inglês.
Courteney Cox tem 57, fama internacional e coragem de se expor para abordar um assunto delicado. Ela reconhece que a vigilância e a pressão da mídia em cima de mulheres envelhecendo é intensa e está entre as motivações do passado, contudo afirma: “mas não sei se é mais intensa do que a (pressão) que eu coloco em cima de mim”.
E quem não se coloca essa pressão, em diferentes níveis? Quem não reverbera a mensagem da mídia em si?
Com as rugas convivo bem. O que me incomoda mais é a flacidez. Gostaria de ter mais colágeno. Também gostaria de que os meus fios de cabelo não tivessem ficado tão finos com o passar dos anos. Digo isso porque entendo como a Courteney se sentiu ao fazer as escolhas do passado e creio que muitas de nós já se sentiram ou se sentem como ela — nem que só por um instante.
A estética é relevante para mim. Eu me sinto bem quando me acho muito bonita, mas mais ainda conversando e tomando drinks com os amigos, viajando, conhecendo lugares, dançando, namorando e dormindo bem.
E não estou só, eu acho. Estou? Na mesma entrevista a atriz aborda essa beleza maior da vida: fala da filha, dos amigos de diferentes idades e vivências e sobre a proximidade dos 60.
Mas sabe o que é o mais incrível disso tudo? É que a entrevista era para falar sobre um novo trabalho da atriz, um assunto que ficou perdido tanto no jornal quanto — propositalmente — nesse post.
Será que o envelhecimento vira tema central porque dá medo ou porque fascina? Até quando uma mulher envelhecida será tema de manchete de jornal?
Eu acho que assim será até que consigamos, de fato, normalizar o envelhecimento.
Estamos em plena revolução e eu não pretendo desistir. E você?