“Na idade em que estou,
aparecem os tiques, as manias”
A afirmação poderia ser minha, mas é poesia de Aldir Blanc, na música “Bijuterias”, que embalava a abertura da novela “O Astro”. Lembra dessa novela? Teve até um remake recente, com Rodrigo Lombardi…
Quando a versão original estava no ar, eu tinha cerca de 12 anos e não perdia um capítulo. A música me leva para essa fase da minha vida, de sonhos, idealizações, projeções e muita esperança. E descrevendo assim, penso como a adolescência tem uma conexão com o envelhecer, salvando as devidas proporções e destacando todo o aprendizado e lucidez dos 50+, é claro.
Há até quem chame a nossa fase atual, de “envelhescência”, um misto de envelhecer com a adolescência. Mas vamos em frente, porque as músicas e letras de Aldir Blanc, levado pela COVID 19, aos 73 anos, também me transportam para outras fases.
Hoje, lembro de o “Bêbado e O Equilibrista”, especialmente na voz de Elis Regina, entoando “Dança, na corda bamba de sombrinha”, e se referindo a esperança. Elis Regina foi uma das maiores intérpretes das músicas de Aldir Blanc. Ele tinha orgulho de dizer que ele e João Bosco “perdiam só” para Tom Jobim nesse placar.
Clara Nunes, Clementina de Jesus, Fafá de Belém, Nana Caymmi eram outras mulheres que deram voz às músicas do “ourives do palavreado”. Foi Dorival Caymmi quem definiu Aldir Blanc assim. Blanc, médico psiquiatra, fundador do bloco carnavalesco carioca “Simpatia é quase amor”, deixa um legado atemporal. Foram 50+ anos dedicados à música. Mais de 600 letras.
Qual a sua música mais querida de Aldir Blanc? Me conta? Para onde essa música leva você?
Dica: ouça essa música mais de uma vez, dance e cante junto. Vá para esse lugar e volte. E crie uma memória nova, de um tempo em que precisamos de muita esperança e amor. Boa semana!