Uma das mulheres mais bonitas do mundo. É o que você vai lembrar logo de cara sobre Claudia Cardinale, que hoje faz 82 anos. Olhando melhor vai entender sua importância como atriz, seu trabalho com gigantes do cinema como Fellini, Visconti e Sergio Leone. Com mais pesquisa, vai descobrir a mulher forte e incrível por trás da diva do cinema.
Aliás, ver por trás das mil camadas do glamour é um exercício que tento fazer diariamente. E foi muito bacana enxergar a Cardinale além da musa dos anos 60. Claudia é ageless muito antes do conceito existir. Não se encapsulou no sucesso e na beleza da juventude, ela seguiu ativa, trabalhando e lutando pelos direitos das mulheres.
O passar dos anos não é fácil, sabemos. É um trabalho mental imenso não deixar o ânimo se abater com a chegada dos 50+. Para uma mulher que teve o mundo aos seus pés como ela, é mais admirável ainda essa desconstrução com aparente naturalidade e essa vontade de viver.
Em visita ao Brasil em 2012, disse aceitar a passagem do tempo com tranquilidade. "Nunca fiz um lifting ou algo assim, preciso aceitar que os anos passam".
Ao mesmo tempo é consciente da sua capacidade de trabalho e do seu talento. Segue filmando como missão de vida mesmo. Para ensinar seu ofício aos mais novos.
Embaixadora da Unesco, Claudia faz campanha “para todas aquelas mulheres que são submetidas à violência". A própria Cardinale, antes da fama, ainda adolescente, foi vítima dessa violência. Foi estuprada e engravidou. Deu seu filho para ser criado por sua família como seu irmão mais novo. História forte, não é?
Todas temos nossos demônios e tudo bem usarmos uma capa para sobreviver, eventualmente. Mas no fim do dia, temos que saber quem somos por baixo de todas as camadas. E isso a maturidade traz a nosso favor. Autoconhecimento é um presente dos 50+, você não acha?
Deixo vocês com uma frase da Cardinale para encerrar o post. "Gosto de ser o que sou, porque não há como parar o tempo".
Manter os pés no chão. Talvez esse seja o segredo de Cardinale. Dessa força interior, desse amor pela vida. E você se sente mais conectada consigo mesma hoje do que quando era jovem?