Ontem assisti a live da maravilhosa Nina Silva (@ninasilvaperfil). O dia da consciência negra, 20 de novembro, foi antecipado em São Paulo, assim como o feriado de Corpus Christi. Portanto, além do dia 20 de novembro, pode-se considerar hoje (e sempre) o Dia da Consciência Negra.
A live de Nina ontem, era sobre filantropia e solidariedade, aprendi muito. Ela chorou e eu chorei. “(…) essa lágrima é a minha manifestação de ódio, não é de tristeza”. Nina falava sobre a tragédia cotidiana que levou mais um jovem negro, João Pedro.
“A cada 23 minutos um jovem negro morre. Com ou sem pandemia. A quarentena não nos faz parar de morrer (…) somos a maioria em serviços vulneráveis e quando estamos em casa brincando… levamos um tiro num órgão vital. E essa mãe fica sem o direito de saber se o filho poderia ser salvo ou não (…)”, disse Nina.
“Ódio de sermos sempre aqueles que estão chorando ou (…) pedindo por algo e que muitas vezes estão sendo atacados, virtualmente e de todas as maneiras, como se essa sociedade não tivesse espaço para uma maioria. (…) Que qualquer corpo preto tenha sociedade (…) autonomia para que essas pessoas não sejam mais uma peça de tabuleiro a ser mexida mediante ao que o status quo quer manter.”
Nina tem despertado algo novo em mim, desde maio de 2019, a 1A vez que a ouvi. É fundadora do movimento Black Money, para manter o capital por mais tempo na comunidade negra, gerar possibilidades e autonomia. Durante a pandemia criou um fundo emergencial, o IMPACTANDO VIDAS PRETAS, para mães solo negras e pequenos empreendedores negros.
Sobre ações isoladas, Nina diz: “É sempre o plano de assistir a pessoa naquele determinado momento e depois ir dormir com a cabeça tranquila no travesseiro.” Essa fala me pegou em cheio. Nina Silva aumenta em mim a frase de Nina Simone: não basta não ser racista, é preciso ser anti-racista. Completo: e agir!
Siga Nina Silva! Leia. Ouça. Passe a mensagem pra frente. E lembre-se: querendo ou não eu (e você) somos parte dessa sociedade que deve ser transformada já!